O princípio da interação:
“Fé-Vida”
Existem muitos métodos, isto
é, muitas maneiras para se chegar a alcançar objetivos.
FORMAÇÃO
PARA CATEQUISTAS
METODOLOGIA NA CATEQUESE :
INTERAÇÃO FÉ - VIDA
A catequese usa o
princípio metodológico da interação.
NA
VIDA DE TODO DIA USAMOS INTERAÇÕES QUE PRODUZEM EFEITOS BENÉFICOS. VEJA, POR
EXEMPLO, O FERMENTO, A ÁGUA E O TRIGO AJUNTADOS, MISTURADOS, INTERADOS, SÃO
CAPAZES DE PRODUZIR UM PÃO CAPAZ DE MATAR A FOME.
Na catequese é preciso
fazer interagir, isto é, misturar aquilo que é do campo de fé (Bíblia,
tradição, liturgia, doutrina, ensinamentos da Igreja...) com tudo aquilo que
é do campo da vida (acontecimentos, realidade, situações, aspirações,
clamores, fatos alegres e tristes...).
“A interação é
relacionamento mútuo e eficaz entre a experiência de vida e a formulação da
fé, entre a vivência atual e o dado da Tradição” (CR 113).
O CONTEÚDO DA CATEQUESE
NÃO É SÓ DOUTRINA, BÍBLIA, MAS TAMBÉM A NOSSA VIDA.
PRECISAMOS ESTAR EM CONTATO
COM DUAS FONTES:
A BÍBLIA E A REALIDADE
HUMANA.
Este método tem por finalidade educar para Ação-Reflexão, assim como fez Jesus, que se preocupou de educar seus discípulos para uma reflexão, partindo da vida (pobres, crianças, doentes, excluídos...).
COMO
TRABALHAR UM ENCONTRO
Para melhor trabalhar o
método de interação usa-se um procedimento,
ou melhor, um itinerário, que favorece o grande objetivo da catequese: “PARA QUE TODOS TENHAM VIDA
E VIDA EM ABUNDÂNCIA” (Jo 10, 10).
Todo encontro parte da VIDA para chegar a mais VIDA com novos compromissos e novas atitudes...
O itinerário de um
encontro, para muitos, é velho ou muito conhecido. Acontece, que existem
muitos catequistas iniciantes e precisam estar seguros de como proceder ao
realizar algum encontro.
VEJAMOS AGORA, PARTE POR PARTE DA DINÂMICA METODOLÓGICA DE UM ENCONTRO:
1-
ACOLHIDA, VER, JULGAR, CELEBRAR, AGIR,
AVALIAR.
|
a) Acolhida: é a sala de visita do encontro. Pode
ser expressa de muitas formas: gestos,
cantos, símbolos, surpresas...
É importante que todo
catequizando encontre sempre um ambiente acolhedor, fraterno amigo. Seja
reconhecido na sua individualidade, chamando-o pelo nome.
Todo participante que se sente aceito e amado, participará com mais alegria e motivação.
b) Olhar a vida, ou ver a realidade,
suscita a capacidade para a sensibilidade, consciência crítica, perceber com o coração e a inteligência aquilo
que se passa ao redor.
Não é só olhar a realidade superficialmente, mas possibilitar o aprofundamento de fatos, causas, conseqüências do sistema social, econômico-político e cultural dos problemas.
O olhar a vida é o momento
de ver o chão onde vivemos e de preparar o terreno da realidade para depois
jogar a semente da Palavra de Deus.
A parte do ver pode ser concretizada através de desenhos, visitas, entrevistas, histórias e fatos contados, notícias, figuras, palestra, vídeo, dramatização...
c) Iluminar a vida com a Palavra (Julgar).
A PARTIR DA VIDA APRESENTAMOS
A PALAVRA DE DEUS.
Podemos compará-lo com a luz existente
dentro de casa. Ela ilumina todo o ambiente isto é, nos mostra qual a vontade
de Deus em relação à vida das pessoas, seus sonhos, necessidades, valores,
esperanças...
Fazemos um confronto com
as exigências da fé anunciadas por Jesus Cristo, diante da realidade
refletida.
DENTRO
DO JULGAR TAMBÉM COLOCAMOS O APROFUNDAMENTO DA PALAVRA.
Nesta parte aumentamos a
luminosidade da casa para poder enxergar melhor.
É a hora que refletimos
com o grupo para fazer uma ligação mais aprofundada da Palavra com a vida do
dia-a-dia e perceber os apelos que Deus nos faz.
Pode-se perguntar: O que a
Palavra de Deus diz para a nossa vida? Sobre o que nos chama atenção? O que
precisamos mudar? Que apelos a Palavra faz para mim e para nós? È a leitura orante da Palavra.
O aprofundamento pode ser
feito ainda com encenações, dinâmicas, cantos, oração espontânea...
d) Celebrar a Fé e a Vida. É um momento muito forte. É como se estivéssemos ao redor de uma mesa
com um convidado especial.
O CELEBRAR É COMO
SABOREAR EM CONJUNTO NA ALEGRIA, OU NO PERDÃO, ALGO QUE NOS ALIMENTA PORQUE
NOS DIRIGIMOS, NOS APROXIMAMOS DO CONVIDADO ESPECIAL,
QUE É DEUS.
A
CELEBRAÇÃO DEVE CONTER A ORAÇÃO
ESPONTÂNEA: Os
catequizandos aprenderão a conversar naturalmente com Deus como um amigo
íntimo.
É importante diversificar
a oração usando símbolos, cantos, gestos, salmos, silêncio, frases bíblicas
repetidas, relacionando sempre ao tema estudado e com a vida.
A partir das celebrações
dos encontros é possível motivar os catequizandos na participação das
celebrações, cultos, novenas, grupos de reflexão, além de estimulá-los à freqüência
no próximo encontro, pois sempre haverá uma expectativa no ar : como
será o próximo encontro?!
e) Assumir ações práticas. TODO ENCONTRO PRECISA CONSCIENTIZAR QUE SER CRISTÃO NÃO É FICAR DE
BRAÇOS CRUZADOS, E NEM FICAR PASSIVO DIANTE DA REALIDADE.
Trata-se de encontrar
passos concretos de mudança das situações , a partir de critérios cristãos.
O AGIR É TRANSFORMADOR E COMPROMETEDOR está
ligado à vida e à Palavra de Deus que questionam e exigem mudança nas pessoas, famílias, comunidade.
CADA CATEQUISTA NECESSITA PROVOCAR O SEU GRUPO PARA AÇÕES
PRÁTICAS.
- É preciso respeitar cada
faixa etária, mas não será impossível fazer algo concreto.
- Os compromissos podem
ser discutidos e assumidos de forma individual ou grupal.
f) Recordar o encontro. Não se trata aqui da
aplicação de exercícios para decorar conceitos. O recordar nos leva a ruminar
o que foi refletido, aprofundado, trazendo à memória algo essencial para ser
fixado. A memorização é necessária sobretudo para conteúdos básicos de nossa
fé. Nada de questionários escritos, para serem respondidos. Se for aplicada
alguma atividade, que esta seja para desenvolver o espírito comunitário de
fraternidade, partilha, amizade e ajuda mútua.
Pode-se também pedir a ajuda para a família, sobre questões práticas.
g) Guardar a Palavra para vida. Este passo dá
importância à Bíblia. Precisamos que
nossos catequizandos tenham na vida e na fala a Palavra de Deus. A partir
do assunto tratado no encontro, podemos usar uma ou duas frases, tiradas dos
textos bíblicos usados que dão a síntese do conteúdo, para serem
compreendidas e vivenciadas.
As
frases com versículos ou temas estudados poderão ser impressas e ilustradas
com desenhos, ou figuras e fixadas em local para serem vistas e memorizadas.
h) Avaliar. A avaliação ajuda a alegrar-se com
as descobertas feitas, pelo que aconteceu de bom. É ela também que faz
verificar as falhas, corrigir o que não foi bom.
NÃO PODEMOS FICAR SOMENTE NO QUE O CATEQUIZANDO “APRENDEU”,
isto é, se já sabe os mandamentos ou sacramentos, mas é preciso avaliar as relações
interpessoais, a responsabilidade, o comprometimento do catequisando ao
assumir os valores evangélicos como: diálogo,
partilha, capacidade de perdoar, atitudes de fraternidade.
A AVALIAÇÃO É UM PASSO PRECIOSO DE
CRESCIMENTO. ELA FAZ PARTE DE QUALQUER ENCONTRO.
São muitas as formas de avaliar :
- Pode-se utilizar dinâmicas,
debates, partilha em grupo, individual, ou ainda, discussões do tema , onde os
próprios catequisandos emitem opinião sobre o que foi estudado no encontro.
CONCLUSÃO :
PARECE
SIMPLES PREPARAR UM ENCONTRO MAS, COMO VIMOS, EXIGE DO(A) CATEQUISTA
DEDICAÇÃO, CARINHO E APROFUNDAMENTO PARA TORNAR CADA ENCONTRO, UM ESPAÇO DE
CRESCIMENTO MÚTUO.
É
IMPORTANTE PREPARAR-SE PARA OBTER SEGURANÇA AO FALAR. UMA VEZ QUE O TEMA É
AMPLAMENTE ESTUDADO PELO CATEQUISTA, ELE JAMAIS SERÁ ESQUECIDO. ASSIM A CADA
ENCONTRO BEM PREPARADO VOCÊ SÓ TEM A GANHAR MAIS BAGAGEM PARA CUMPRIR ESSA
SUA GRANDIOSA MISSÃO.
Ao olharmos Jesus com seus
apóstolos, veremos que seu método também tinha estes passos.
É só verificar algumas passagens, como
a dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35) ou ainda o encontro com a Samaritana
(Jo 4, 1-30) ou Zaqueu (Lc 19, 1-10).
Qualquer ambiente era
propício para acolher-ensinar-aprender-conviver.
Para Ele a importância estava nas
pessoas.
Irmã Marlene Bertoldi
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UM BOM CATEQUISTA:
- Não pode ser o (a) dono (a) da verdade nem
do saber.
- Não pode confundir ENCONTRO de Catequese
com AULA de Catecismo.
- Tem que arranjar tempo e disposição para
participar dos encontros de PREPARAÇÃO, PLANEJAMENTO e AVALIAÇÃO da Catequese.
- É pessoa que REZA (oração pessoal, com os
demais catequistas, com os catequizandos e nos encontros litúrgicos de
preferência sempre com as crianças).
- É uma pessoa que ESTUDA, REFLETE. Participa
de cursos, busca constante atualização.
- Cultiva o espírito de EQUIPE; faz questão
de trabalhar em equipe; nas coisas práticas, sempre procura agir de acordo com
aquilo que foi resolvido em comum.
- É uma pessoa PONTUAL. Até se antecipa à
chegada das crianças e é o último a sair. Os momentos antes e após o encontro
de catequese com as crianças, são momentos preciosos para melhor conhecer e
fazer amizade com as mesmas.
- Não tem “direito” de perder a paciência nem
com o catequizando, nem com os familiares. Gritos, xingatórios, são
anti-catequéticos.
- Procura sempre dar apoio e conviver
fraternalmente com os colegas de Pastoral.
- Procura fazer todo possível para não
prejudicar o andamento da Família. Pelo contrário, capricha mais para que todos
se sintam felizes.
- Cria, inventa mas sempre com o objetivo de
melhor transmitir a Mensagem proposta para aquele dia.
- Tem estima sagrada pela IGREJA, pela
BÍBLIA, pela EUCARISTIA, entre outras coisas!
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